
Quando a terra clama: o comitê de justiça climática na marcha
O Comitê de Mulheres Negras por Justiça Climática nasce como uma frente política e simbólica da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver 2025, unindo vozes, saberes e experiências de mulheres negras, quilombolas, indígenas e periféricas na defesa da vida e dos territórios.
Criado em Belém (PA), cidade que sediará a COP30, o Comitê foi lançado em outubro de 2025, às vésperas do Círio de Nazaré, reafirmando que não há justiça climática sem justiça racial e de gênero. Durante o evento, também foi apresentado o Manifesto das Mulheres Negras por Justiça Climática, documento que denuncia o racismo ambiental e propõe caminhos concretos para uma transição ecológica justa, centrada nos corpos e territórios negros.
POR QUE O COMITÊ EXISTE?
A crise climática não é neutra. Ela tem cor, gênero e território. Os efeitos da destruição ambiental recaem com maior peso sobre populações negras, indígenas e tradicionais, que vivem nas margens, favelas, sertões e florestas – e que, ainda assim, são as mesmas que produzem soluções sustentáveis e coletivas para o cuidado com o planeta.
O Comitê surge da necessidade de articular uma agenda política das mulheres negras sobre clima, fortalecendo a incidência do movimento em espaços nacionais e internacionais e conectando o debate ambiental à luta histórica por Reparação e Bem Viver.
O QUE O COMITÊ FAZ?
O Comitê atua como um espaço de articulação política, denúncia e construção coletiva, com ações voltadas para:
- Integrar a luta climática à agenda de justiça racial, de gênero e territorial.
- Produzir e divulgar dados, análises e manifestações públicas sobre racismo ambiental.
- Promover formações, debates e campanhas sobre o papel das mulheres negras na defesa da Amazônia, dos biomas e dos territórios urbanos.
- Ampliar a presença e o protagonismo das mulheres negras em fóruns, conferências e espaços de decisão política sobre meio ambiente e clima, especialmente durante a COP30.
- Fortalecer redes regionais e internacionais de mulheres negras comprometidas com uma transição ecológica justa.
COMO SURGIU?
O Comitê foi lançado em Belém, em um encontro histórico que reuniu representantes de diferentes organizações do país. Inspirado pelo Manifesto Político das Mulheres Negras por Justiça Climática, o espaço reafirma a Amazônia como território negro e vivo, reconhecendo o papel das mulheres que há séculos protegem florestas, rios e comunidades.
O lançamento, realizado menos de um mês antes da COP30, simboliza o compromisso das mulheres negras com a construção de políticas públicas que garantam ar limpo, água potável, comida saudável e vida digna para todas as pessoas.
COMO PARTICIPAR?
O Comitê é um espaço aberto às mulheres negras de todos os territórios e áreas de atuação, quilombolas, urbanas, indígenas, rurais e de comunidades tradicionais, que desejam somar forças na luta por justiça climática, Reparação e Bem Viver.
Para saber mais, escreva para marchadasmulheresnegras2025@gmail.com.
Seguimos marchando pela vida, pela terra e pelo futuro: porque quando a terra clama, são as mulheres negras que respondem.



















